
Seja por alguma falha ou por simples descuido, uma hora sua moto vai pedir uma atenção especial e não vai conseguir ter elementos suficientes para dar a partida no motor. Basicamente para uma motocicleta funcionar, são necessários quatro componentes básicos: – Oxigênio, combustível, faísca e compressão. No caso de uma pane, esses quatro grupos devem ser observados para restabelecer o funcionamento da moto. Porém, como boa parte dos sistemas que gerenciam esses itens nas motos modernas, são elétricos, uma grande incidência de problemas (geralmente os mais simples), são ocorrências relacionadas a parte elétrica da moto. E vamos conversar um pouco sobre esse cenário.

“TRANCO”
O imediatismo na tentativa de fazer a moto funcionar pode representar um erro caro para o sistema de partida ou para os componentes elétricos. Nas antigas motos carburadas com partida a pedal, fazer a moto funcionar realizando o famoso “tranco” era algo mais que natural pois o sistema do pedal era praticamente uma simulação mais leve do mesmo processo. Porém com a chegada da partida elétrica e principalmente da injeção eletrônica de combustível, realizar esse procedimento numa moto moderna é praticamente brincar de “roleta russa” com sua moto.
O motor de arranque das motos precisam de uma carga estável a frio da bateria, por um determinado tempo (o famoso CCA), para realizar o giro na placa de partida e arrastar todo o volante do motor da moto para iniciar o processo de queima inicial de combustível (que foi injetado pela bomba assim que você colocou o interruptor de ignição em “on” (sim é aquele barulinho que você escuta sempre), para que com uma única fagulha das velas (quando você aperta o botão de “start”) iniciem a primeira explosão na câmara de combustão e os bicos injetores comecem a alimentar os cilindros com um fino spray de combustível, enquanto as válvulas de admissão buscam oxigênio lá no filtro de ar como se fosse um pulmão e após a queima da mistura ar-combustível-faísca, as válvulas de exaustão descarreguem todo o gás carbônico nos canos de descarga, momento que você abre aquele largo sorriso por causa do som do orquestrado pelas ponteiras do escapamento.
Porém se a bateria não estiver com a carga suficiente para girar o motor de arranque e todo o arsenal de componentes envolvidos no processo de partida, e você tentar fazer o famoso “tranco” (que consiste em colocar a moto com a parte elétrica acionada, em uma marcha mais alta (terceira para cima) “debreada” e lança-la em movimento, geralmente em um declive, até que pegue velocidade e na sequencia soltar a embreagem para fazer o volante do motor rodar de forma forçada), a placa de partida receberá a força que dá nome a essa prática, o “tranco”. E de tão pesado que o volante do motor é em sua relação, os pequenos parafusos (de ferro geralmente, nem são de aço) que seguram a placa de partida com certeza irão quebrar ou pelo menos trincar.
E no caso de uma Indian Scout por exemplo, nem a ferramenta para sacar a polia para esse reparo é simples de encontrar. Sem falar nas novas juntas da tampa do motor que possivelmente serão necessárias para a manutenção e que não se encontram de pronta entrega nem nas autorizadas do país. Portanto, o famoso tranco nas motos modernas, é um exercício de loteria inversa que facilmente se transformará em prejuízo e diversos dias com a moto aguardando manutenção.
“Chupeta”
Na certeza que o problema da partida é apenas uma bateria com carga de CCA insuficiente para girar o arranque, a “chupeta” (que usa a bateria em um outro veículo para fornecer carga para uma partida) é com certeza uma alternativa milhares de vezes melhor que o “tranco”. O melhor mesmo seria realizar uma carga na bateria da moto através de um “battery tender” (carregador inteligente) ou usar um auxiliar de partida específico para as características da sua moto e da bateria que a equipa. Porém, não é sempre que temos esses itens em mãos ou estamos em algum local com esses itens disponíveis. Nesse caso extremo, realizar a “chupeta” pode ser uma solução. Porém caso você utilize um carro como doador de carga, basta observar algumas dicas para que o procedimento não ocasione nenhum problema nem para a moto, nem para o carro:
– Use um cabo de alta capacidade de carga para realizar o procedimento, com plugs tipo “jacaré” para os pólos;
– Apesar de baterias com voltagem acima de 12v (16v por exemplo) já estarem em desuso, certifique-se que a voltagem da bateria do carro é a mesma de sua moto;
– Certifique-se de desligar todos os acessórios ou componentes eletrônicos ativos no carro antes de iniciar o procedimento;
– Com o carro desligado, faça a conexão dos terminais positivos entre o carro e a moto com o conectores do tipo “jacaré”. e em seguida faça o mesmo com os terminais negativos;
– A bateria da moto que está com carga mais baixa, começará a equalizar sua carga com a carga da bateria do carro. Para que a bateria do carro não deprecie muito sua carga, o carro deverá ser a acionado e deverá permanecer em marcha lenta por alguns minutos;
– Ainda com o carro ligado, a moto poderá ser acionada e uma tentativa de partida realizada. Caso não seja efetivada, recomenda-se aguardar um pouco mais de tempo de carga, para realizar uma nova tentativa.
– Tendo sucesso na tentativa da moto funcionar, desligue o carro e desconecte os conectores “jacaré” na ordem inversa á realizada na conexão, ou seja, desconecte os terminais negativos e os positivos em seguida.

“Guincho”
No insucesso de tentar a partida com a “chupeta” ou ainda na dúvida do que possa ter acontecido com a moto, a melhor alternativa é transporta-la para um serviço de mecânica de sua confiança. Pode parecer que o custo do transporte é alto, mas o prejuízo de uma tentativa incorreta certamente é muito maior. Além do mais, caso você tenha cobertura de seguro contra roubo ou danos, o serviço de “guincho” geralmente já encontra-se incluso na apólice.

Essas foram apenas algumas dicas para você cuidar cada vez melhor da sua moto, se você quiser mais informações sobre esse assunto específico, entre em contato com a gente!
Pilote sempre equipado e em segurança! Boas estradas!
Excelentes informações.
Muitíssimo obrigado por acessar o site meu amigo!
Forte abraço!
Essa dica já me salvou!
Procedimento de “chupeta” feito como descrito na matéria, 100%!
Muitíssimo obrigado por acessar o site meu amigo!!
Fico muito feliz que tenha te ajudado!
Conte sempre comigo!
Abração